A UNIVERSIDADE E A
EXPERIÊNCIA
A história da Universidade começa lá no Feudalismo, quando a
igreja comandava a sociedade, sendo ela a propulsora das primeiras Universidades.
Em registro a primeira Universidade é a Bolonha, na Itália criada em 1150, e a
igreja era o comando da Universidade, só quem estudava eram os mais ricos, com
condições de pagar, os mais privilegiados da sociedade feudal. A segunda mais
antiga universidade fundado foi a de Paris ( Sorbonne) em 1214. No Brasil, em
1808 foi fundada a Escola de Cirurgia da Bahia, a primeira Universidade. No
decorrer dos anos vieram as demais faculdades de Direito em Olinda e outra em
São Paulo (1927). Porém a primeira Universidade de fato no Brasil, foi a
Universidade do Rio de Janeiro, fundada em 1920, a primeira propulsora nos
diversos cursos de distintas áreas.
Nesta guinada do século, praticamente todas as instituições
sociais estão enfrentando graves problemas de identidade, no sentido de saber
qual é o seu papel diante das mudanças sociais, políticas, econômicas e globais
das últimas décadas. A universidade a tempos, teve por sua responsabilidade cultivar
e transmitir o saber humano, com suas transformações históricas e inovações
criadas em seus processos e estruturas sociais, além de adaptar constantemente
às diferentes realidades do mundo. Logo
sua responsabilidade social, deve ser constituída pela visão global, tendo
influência dentro de um novo mundo que deve ser construído, torna-se
indispensável uma visão global da responsabilidade social.
A UFSB foi expressamente feita para compreender a educação
transformadora e formadora do ser humano. Além de atender essas exigências
educacionais contemporânea, a UFSB tem como seu pilar os seguimentos culturais,
sociais, artísticos e econômicos da Região do Sul da Bahia, sem descuidar
também do desenvolvimento nacional e planetário. Se inspirou nas obras de
Anísio Teixeira, um educador e filósofo crítico. O plano orientador da UFSB é
um modelo interdisciplinar e sustentável. A Universidade se divide em três
campis, sendo eles, Itabuna (Sede da Reitoria), Porto Seguro e Teixeira de Freitas,
também os Colégios Universitários (CUNI), sendo apenas formalizados em colégios
estaduais de ensino médio. A Universidade oferece duas modalidades:
Bacharelados Interdisciplinares ( BI) e Licenciaturas Interdisciplinares (LI).
Os cursos de graduação do BI, terão duração de três anos, oferecendo formação
em quatro grandes áreas: Artes, Ciências, Humanidades e Saúde. Já o LI formará
docentes para o ensino básico. E os CUNI atende as localidades com mais de 20
000 mil habitantes e com mais de 300 egressos do ensino médio, e bairros de
baixa renda, assentamentos, aldeias indígenas e quilombos. A metodologia da
Universidade é baseada no ensino de formação de prováveis três ciclos: primeiro
ciclo (formação geral), segundo ciclo (área específica) e terceiro ciclo (Mestrado
e especialização). Uma educação libertária e renovadora, socialmente,
exploradora do campo do saber, e formadora de cidadãos humanizados.
A experiência do conhecimento sobre Universidade e da
projeção da história das Universidades, e também sobre a contextualização do
surgimento da UFSB, fez com que os próprios alunos conceituassem sobre a UFSB e
as expectativas e estrutura da mesma para os estudantes do ensino médio do Colégio
Estadual CEPROG de Teixeira de Freitas. Foi uma experiência muito legal e
profundamente especial para nós estudantes da UFSB demonstrar e explicar de
fato como é constituída a Universidade, para possíveis futuros estudantes, a
sua ideologia e responsabilidade no âmbito social. Eu praticamente me senti
muito feliz por estar ali, repassando o que a nossa Universidade tem como
novidade e perspectiva para seus discentes atuais e futuros.
Ana Clara de Araújo Torres.
Logo após, perguntamos a turma se eles sabiam como tinha surgido a primeira universidade. Alguns lembraram de Atenas, com seus primeiros filósofos, outros citaram a Europa sem se aprofundar em datas e contextos. Então explicamos um pouco sobre o contexto de surgimento na época medieval:
Carolina Ferreira Ferraz
A
nossa experiência no CEPROG foi planejada para que fosse didática e
interativa, fazendo com que a prática dentro da sala fosse
satisfatória e prazerosa. O nosso grupo se apresentou ao chegar na
sala, falando que não estávamos ali na posição de professores
para dar aula e sim para expor algumas coisas e conversar sobre o
modelo da UFSB. Pedimos para que a turma se organizasse em círculo,
ajudando os alunos na reorganização das cadeiras e começamos a
interação perguntando o que eles entendiam como função da
universidade. Como o esperado, os alunos que responderam se
restringiram a falar da universidade como um local de preparação
para o mercado de trabalho ou “uma segunda escola” e só depois
explicamos as bases e funções da universidade, assim como suas
diferenças entre a faculdade.
Logo após, perguntamos a turma se eles sabiam como tinha surgido a primeira universidade. Alguns lembraram de Atenas, com seus primeiros filósofos, outros citaram a Europa sem se aprofundar em datas e contextos. Então explicamos um pouco sobre o contexto de surgimento na época medieval:
A estrutura mais próxima da que conhecemos hoje e sua história, no mundo ocidental, se inicial da época medieval, de acordo com vestígios, entre o final do século XI e o início do XII. Em uma época de transição, mais especificamente na Baixa Idade Média, quando tudo se voltava à religião, mas já em um momento de trocas comerciais em que o meio urbano passava a se fortalecer e o contato Ocidente/Oriente transformou a forma medieval de transformar a forma de conceber o conhecimento, essa estrutura nasce. Universitas significa “Corporação”, “agrupamento” e “universalidade” é necessário lembrar-se do papel das Corporações de Ofício que existiam naquele momento como forma de alinhar interesses políticos, econômicos e culturais a fim de que se garantissem melhores preços e se proteger da concorrência através de um estatuto próprio. Assim, a universidade passa a ser caracterizada como “corporação do saber”. As cidades que se formavam precisavam de novos habitantes: eclesiásticos, juristas, burocratas, funcionários e etc., sendo assim, os alunos vinham de todos os lugares e se comunicavam através da língua universal do momento, o latim, cujo o conhecimento, assim como o batismo e provas de boa conduta moral, era pré-requisito para que se ingressasse nela, o que, em um momento de profundas desigualdades e em que boa parte da população não tinha acesso ao estudo das letras – a não ser que, sendo de classes “inferiores” o indivíduo ingressasse na vida religiosa, segregava muitas pessoas apesar do saber ser considerado um “dom” divino.
Ainda sem caráter institucional, bastava que os alunos estivessem ligados a um mestre e os seguissem por todos os lugares em aulas que poderiam acontecer em qualquer espaço, e a essa agregação dava-se o nome de schola ou “família”. Podiam surgir espontaneamente, por parte de um poder local ou de escolas catedralícias ou por migração de uma universidade já existente.
Entre as primeiras universidades estão as de Paris e de Oxford, na qual os professores eram os “mestres” da corporação e os alunos os “aprendizes” e a de Bolonha, na qual os próprios responsáveis por gerir. O reitor era responsável por intermediar a relação entre essas duas partes e era escolhido por ambas ou somente uma delas.
A ingressão como aluno acontecia entre 12 e 15 anos no curso de artes liberais, com disciplinas divididas em trivium e quadrivium. O trivium, ou ciência da palavra, se dividia em gramática latina, retórica e dialética, já o quadrivium, ou ciência das coisas, em aritmética, geometria, astronomia e música.
Em seguida, mais brevemente, explicamos como se deu a ascensão da ciência e uma diminuição lenta da influência da religião, o iluminismo e seus métodos experimentais de comprovação que acentuaram ainda mais a importância dos estudos científicos e fizeram com que a importância e quantidade de universidades se expandissem ainda mais.
Preferimos abordar a história da universidade contemporânea juntamente com a explicação sobre o método de ensino da UFSB. Através de dúvidas e em formato de conversa, falamos sobre a metodologia interdisciplinar e suas diferenças e benefícios frente ao método cartesiano, o modelo de ciclos, forma de entrada na instituição, como surgiu e em que países se fazem presente essa metodologia, quais outras instituições brasileiras adoram o método, assim como a chegada dessa nova abordagem no país.
Podemos perceber uma quantidade razoável de alunos interessados em ouvir. Nem todos participaram com questionamento e observações, porém os que assim fizeram participaram de forma muito construtiva, com direito a conversas individuais ou em grupo interessadas após a apresentação e convites de visita feitas por nós para que eles visitassem a universidade e até mesmo presenciassem algumas aulas.
Em seguida, mais brevemente, explicamos como se deu a ascensão da ciência e uma diminuição lenta da influência da religião, o iluminismo e seus métodos experimentais de comprovação que acentuaram ainda mais a importância dos estudos científicos e fizeram com que a importância e quantidade de universidades se expandissem ainda mais.
Preferimos abordar a história da universidade contemporânea juntamente com a explicação sobre o método de ensino da UFSB. Através de dúvidas e em formato de conversa, falamos sobre a metodologia interdisciplinar e suas diferenças e benefícios frente ao método cartesiano, o modelo de ciclos, forma de entrada na instituição, como surgiu e em que países se fazem presente essa metodologia, quais outras instituições brasileiras adoram o método, assim como a chegada dessa nova abordagem no país.
Podemos perceber uma quantidade razoável de alunos interessados em ouvir. Nem todos participaram com questionamento e observações, porém os que assim fizeram participaram de forma muito construtiva, com direito a conversas individuais ou em grupo interessadas após a apresentação e convites de visita feitas por nós para que eles visitassem a universidade e até mesmo presenciassem algumas aulas.
Carolina Ferreira Ferraz
A visita ao Centro Educacional Professor Rômulo Galvão (CEPROG) que
aconteceu no último dia 19, teve com um questionamento principal
realizado aos alunos: o que é, afinal, universidade?
Após uma aproximação tímida alguns alunos disseram que é “um
lugar que tinha curso superior” e outros apenas disseram “eu não
sei”. Daí, exemplificamos o conceito de universidade dizendo: a
universidade é uma instituição pública ou privada de ensino
superior que tem como princípios proporcionar ensino, pesquisa e
extensão como formas de conversação e interação para com a
sociedade. Um terço de seus professores são doutores ou mestres e
precisa que um terço de professores com pós graduação lato sento
ocupem o cargo de forma integral.
Em seguida vieram perguntas como: Como é a parte de pesquisa? O
que é extensão? E então explicamos. A pesquisa é incentivada na
universidade como forma de acréscimo do conhecimento científico. Já
a extensão é a comunicação da universidade com a sociedade. O
fato de estarmos lá no CEPROG passando uma informação importante
para os estudantes já se configurou como uma extensão.
Continuamos nossa comunicação social falando um pouco da
história da universidade.
Apesar das
formas de ensino, que remetiam ao ensino superior, ministrados por
alquimistas e filósofos antigos a universidade teve início de forma
institucionalizada apenas no século XII.
A Universidade
de Bolonha é tida como a primeira universidade, propriamente dita,
do mundo. Além dela universidades como a de Paris, Roma, Pavia, e
Ravena deram início a cultura universitária de educação, no
período medieval, em toda a Europa e, posteriormente se espalhou
pelo pelos “novos continentes”. A educação, nesse período, se
baseava nos resquícios Greco-cristãos preservada pelos tradutores e
se pautava nos conceitos corporativistas e de autonomia das
universidades. Ademais, era pautada nos pilares da formação
judaico-teológica; a organização corporativista; e a preservação
da autonomia institucional.
Em seguida
houve a ascensão da ciência no campo da educação superior com as
evoluções nos campos da matemática, astronomia, química, biologia
e física marcaram a -fundamentação do renascentismo. Abre-se então
uma dicotomia entre humanística e a ciência.
Com a chegada
do iluminismo as ciência experimentais se expandiram com as
contribuições de famosos cientistas como Isac Newton, que acabaram
difundindo os novos conceitos de ciência pela Europa em grandes
universidades. De Moscou à Coimbra. Nesse momento Paris fica atrás
por manter o pensamento cartesiano como saber estático. França
iniciou-se no ensino público gratuito no século XVIII.
Após isso
discorremos a universidade moderna e a universidade “nova” que o
movimento mais recente em andamento dentro das universidades. Temos
na pessoa de Naomar Filho, nosso reitor, maior entusiasta desse
movimento atualmente.
Além disso,
discorremos sobre a UFSB e elucidamos algumas dúvidas dos alunos
como: como funcionam os cunis, como é o sistema de ciclos e outros.
Entretanto impressionou-nos o fato de que os estudantes não sabiam
sequer como funciona o acesso às universidades federais. Um rapaz
até chegou a perguntar-me se os cursos eram pagos. Com calma
explicamos tudo para eles e tivemos um retorno excelente.
Em seguida
fizemos um quis de perguntas e respostas e acabamos constatando que
eles realmente aprenderam durante nossas explicações e comunicações
e se motivaram a continuar se interpelando e nos questionando. Coisa
que foi muito positiva para nós.
Aluizio Mendes